As autoridades nacionais vão reavaliar, já neste segundo semestre de 2022, o recurso adicional até 2,3 mil M€ de apoios sob a forma de empréstimos, de acordo com o nível da procura criada no PRR em medidas de apoio às empresas, nomeadamente no domínio da Capitalização e Inovação Empresarial e em função da dinâmica das finanças públicas.
Uma das principais preocupações do PRR é o de voltar a dar as empresas a capacidade de retomarem o seu processo normal de atividade e de investimento, pois o principal efeito da pandemia traduziu-se na descapitalização das suas estruturas financeiras.
Mesmo com todos os esforços feitos até este momento, continuam a existir constrangimentos a serem ultrapassados na promoção da digitalização, nomeadamente, quanto às competências digitais e à capacitação para a implementação de projetos. Se olharmos para os valores de 2019, em Portugal, continuamos com níveis de adoção de tecnologias digitais aquém da média da UE. Um exemplo é o caso do comércio eletrónico onde a percentagem de empresas com vendas por comércio eletrónico em Portugal é 17%, quando na UE é de 20%.
Esta transição digital tem como um dos grandes objetivos aumentar a resiliência financeira e a digitalização das pequenas e médias empresas (PME), requalificando 36 mil trabalhadores, apoiando 30 mil PME.
O regulamento do Instrumento de Recuperação e Resiliência irá focar-se em diversos pilares relevantes de política comunitária. Um importante traduz-se no crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, incluindo coesão económica, emprego, produtividade, competitividade, investigação, desenvolvimento e inovação, e um mercado único em bom funcionamento com pequenas e médias empresas (PME) fortes.
O PRR ao dinamizar o Banco Português de Fomento e aumentar os recursos sob sua gestão (C5), contribui para disponibilizar um conjunto de soluções de financiamento que permitem o desenvolvimento das empresas, potenciam a sua capacidade empreendedora, o investimento e o emprego.
Assim, é de perceber que existem uma clara aposta na digitalização das empresas portuguesas, promovendo, com isto, a modernização do trabalho e dos processos de produção, a desmaterialização dos fluxos de trabalho, a mitigação dos défices de competência na utilização das tecnologias digitais, a incorporação de ferramentas e metodologias de teletrabalho, a criação de novos canais digitais de comercialização de produtos e serviços e a incorporação de tecnologias disruptivas nas suas propostas de valor.