Todos já ouvimos falar de Inteligência Artificial (IA). Todos já lemos sobre o conceito e já vimos filmes sobre o tema, uns mais ambiciosos do que outros, alguns extremamente assustadores.
Temos grandes personalidades que olham para a IA com alguma cautela e que chamam a atenção para a necessidade imediata de regulamentar esta área, estabelecendo regras e limites jurídicos, de forma a prevenir que erros do passado se repitam e evitando o que chamam de “revolta das máquinas”. É o caso de Stephen Hawking (reconhecido cientista a nível mundial, uma das mentes mais brilhantes da nossa era), Bill Gates (cofundador da Microsoft) e Elon Musk (criador da Tesla e da SpaceX).
Neste momento, existem máquinas que estão a aprender a mentir, a executar tarefas que apenas humanos podiam concretizar, a interpretar as nossas emoções e até a reproduzi-las.
É um pouco assustador. No entanto, e não obstante o reconhecimento da sensatez de haver profunda legislação/regulamentação, a verdade é que ainda estamos longe de um cenário onde as máquinas caminham livremente entre nós, utilizando o seu livre arbítrio como se fossem humanos.
A IA já teve grandes desenvolvimentos mas está presente nas nossas vidas de uma forma ainda muito pouco “apocalíptica”. Podemos usufruir dos seus benefícios sempre que acedemos ao Facebook, ao Spotify ou ao Netflix. Podemos mesmo ouvir a sua voz quando pedimos assistência à Siri no nosso Iphone. E podemos tê-la ao nosso serviço dentro das nossas empresas, nos nossos negócios, nas nossas vendas.
Vivemos num mundo em que tudo se partilha de forma instantânea na internet, seja através do e-mail, das redes sociais ou de sites. Isto permite o acesso fácil e imediato a uma quantidade de informação virtualmente ilimitada. Nesta base, começamos a assistir ao investimento de grandes empresas em softwares de IA que “aprendem”, através do acesso a todos esses dados, dando a conhecer, depois, as suas conclusões às equipas de venda e de marketing. Estamos no domínio do aprendizado das máquinas (Machine Learning) que, tal como o nome indica, se traduz na capacidade da máquina aprender por si só, sem necessidade de ser programada.
Este processo de recolha e análise de dados torna-se, obviamente, mais rápido, uma vez que é realizado por uma máquina e não por pessoas, libertando estas para outras tarefas. Potencia-se, assim, o aumento de produtividade das empresas.
A título de exemplo, a Gainsight, através do seu software de gestão de vendas e atendimento ao cliente, permitiu que a SurveyMonkey, que presta um serviço de pesquisa online, criasse alertas automáticos de datas de renovações, faturas e oportunidades de venda, para todos os membros da equipa. O tempo despendido para envio de uma fatura foi reduzido em um terço.
Outro exemplo é o caso da Hewlett-Packard (HP), que viu o tempo de recolha de dados sobre as suas vendas ser reduzido de um mês para três dias. Isto foi conseguido com a ajuda da Anaplan e da sua plataforma de gestão de negócios inserida na Cloud.
Frise-se que não estamos a falar em substituir pessoas por máquinas, mas em reorientar e reorganizar o tempo daquelas, com vista a aumentar as vendas e os ganhos efetivos da empresa onde trabalham. Deste ponto de vista, estamos, claramente, perante uma mais-valia.
Ficará sempre nas mãos de quem decide, a escolha de garantir um justo equilíbrio, para que esta mais-valia não se transforme numa ameaça.
Rosa Teixeira
Controller – Buildness Group
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