A agricultura e as energias renováveis têm mais em comum do que se possa pensar.
Efluentes agropecuários servem produzir biometano, um gás renovável em tudo semelhante ao gás natural, mas sem os seus efeitos nocivos para o ambiente.
E há ainda a chamada energia agrovoltaica, que consiste na produção, na mesma área, de energia solar e de produção de alimentos.
Este conceito foi desenvolvido nos anos 1980 pelo físico alemão Adolf Goetzberger, mas apenas em 2012 começou a ter utilização prática.
O recurso à energia elétrica de origem solar em campos agrícolas contribuiu para a redução dos gases de efeito de estufa gerados nas explorações, por um lado, e baixa os custos com energia, permitindo produzir alimentos de forma mais eficiente.
A instalação de painéis solares nos terrenos pode reduzir a área de cultivo disponível, mas os sistemas mais recentes permitem uma convivência equilibrada entre a produção de energia e agrícola.
Na prática, nos novos sistemas agrofotovoltaico, ou agrivoltaico, os painéis fotovoltaicos são montados a uma altura do chão superior à habitual, deixando mais solo disponível para a produção de alimentos.
Nestes casos, são mais adequadas culturas com menor necessidade de exposição solar direta.
Devido à escassez de territórios disponíveis, esta solução permite resolver, no mesmo terreno dois problemas: a produção de energia e de alimentos, pelo que, de certa forma, sistema agrofotovoltaico contribuiu para assegurar quer a segurança energética, quer a segurança alimentar numa região.
Estes sistemas têm outras vantagens:
- Contribuem para uma gestão e uso de água mais eficiente;
- Geram energia mais barata e renovável, reduzindo custos de produção;
- Proporcionam ganhos de produtividade;
- Promovem a economia e o emprego localmente;
- Aumentam a sustentabilidade agrícola;
- Preservam as terras agrícolas;
- Reduzem o stresse hídrico;
- A sombra dos painéis diminui a evaporação da água pelas plantas até 40%
Na Península Ibérica, o interesse pela agrovoltaica tem vindo a aumentar.